domingo, 16 de março de 2008


A vida

A vida vai passando,
Caminhando devagar,
Lenta, quase se arrastando,
Muito peso a carregar.
Do que vejo, do que sinto.
Do que gosto, do que sei.
Do que pude realizar,
Do que não realizei.
Do que penso, do que falta.
Do que finjo que não sei.
Do que falo, do que calo.
Do que tenho que aceitar.
Dos meus erros e acertos.
Do que ainda virá.
Que o caminho seja longo,
E demore a acabar.

domingo, 3 de dezembro de 2006


Viver de sonhar

Labaredas azuladas.
Chamas de azul, irisadas,
Bailam sobre o mar,
De sonhos há muito acalentados.
Sonhar de viver,
Viver de sonhar.
Calar por sofrer,
Sofrer por calar.
Sonhos de viver, calar, sofrer, desalentado.
À deriva no mar cintilante,
Nas chamas do esquecimento mergulhado,
Nos sonhos de um amor flamejante
.

Sonho Sonhado


Sonho Sonhado

Pensei, sonhei,
Não realizei.
E o sonho sonhado,
Não realizado,
Ficou no passado,
Amarelado, esmaecido,
Como retrato esquecido.
Ora lembrado,
O sonho sonhado,
Não realizado,
É apenas o recordar
De um tempo
Em que podia sonhar

VIVÊNCIA


Vivência

Viver na experiência
Dos seus sessenta anos,
Ou reviver nas lembranças,
Doces e amargas,
Dos anos sessenta.
Eis um sutil impasse
Que o sexagenário, hoje enfrenta.
Sorriso estampado na face,
Relembra com prazer a juventude.
Mas diante das mudanças radicais,
Assume o hoje em sua plenitude,
Sem tabus nem regra antiga,
Cheio de atitudes liberais.
Dança conforme a cantiga,
Importa é viver.
Viver a cada momento,
Aproveitando o tempo,
Que lhe é presenteado,
Sem fixação no passado.
Curte a saudade na quietude,
Sabe até demais,
O que foi não volta mais.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Adversidade


Este texto vai para você que é um exemplo de como conviver com a adverdidade e contagia a todos com sua alegria.

Cenoura, ovo ou Café?

Uma moça queixou-se a sua mãe sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia que, assim que um problema estava resolvido, um outro surgia.

Então, sua mãe levou-a até a cozinha. Encheu três panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto. Logo, as panelas começaram a ferver. Em uma delas, colocou cenouras, em outra, ovos e, na última, pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra. A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ela estaria fazendo.

Minutos depois, ela apagou o fogo. Pegou as cenouras, os ovos e o café, colocando-os em recipientes separados. Virou-se para a filha e perguntou:
- Querida, o que você está vendo?
- Cenouras, ovos e café - ela respondeu.

Ela a trouxe para mais perto e pediu-lhe para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as cenouras estavam macias.

Ela, então, pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e, depois de retirar a casca, verificou que o ovo endurecera com a fervura.

Finalmente, ela lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao sentir seu aroma delicioso e então perguntou:
- O que isto significa, mãe?
- Cada um destes – a cenoura, o ovo e o café – enfrentou a mesma adversidade, a água fervendo, mas cada um reagiu de maneira diferente.

A cenoura, outrora crua e rígida, amolecera e se tornara frágil. Os ovos, antes frágeis, mesmo com sua casca protegendo o líquido interior, tornaram-se firmes e mais resistentes. Já o pó de café é incomparável: depois que o coloquei na água fervente, ele mudou a própria água.

Após profundo silêncio, a mãe prosseguiu:
- Qual deles é você? Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde? Você é a cenoura, o ovo ou o pó de café? Você é como a cenoura, parecendo firme e forte, mas, com a dor e a adversidade, murcha e se torna frágil, perdendo sua força? Ou será que você é como o ovo, começando maleável, mas, depois de sofrer alguma pressão da vida, torna-se dura? Sua "casca" até parece a mesma, mas por dentro, você está dura. Será que você é como o pó de café? Você transforma o meio que a aflige, altera o que está trazendo a dor e oferece algo melhor e mais gostoso do que havia antes da adversidade?


Como você lida com a adversidade? Pense nisto. Você é a cenoura, o ovo ou o café?

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

Cantos e Recantos



Cantos e recantos

Cada lado tem seu lado,
Cada canto, a sua dor.
Eu me encanto ao seu lado,
Lá no recanto do amor.

No cantar de mil amores,
Há um recanto lembrado,
Quando tudo eram flores,
Nos encantos do passado.

Vou cantando a minha vida,
Vou contando meus amores,
Nos recantos, revivida,
Nos encantos e nas dores.

Os encantos dessa vida,
Vagos sonhos, ilusão.
Flores murchas que fenecem,
O que fica é a solidão.

Na saudade do meu canto.
A solidão, mando embora.
Nas lembranças me encanto,
Nesse canto ninguém chora.

Saudades todos nós temos.
Guardamos recordação.
Dos amores que vivemos,
Nos cantos do coração.

De tanto cantar os cantos,
E recantos do passado,
Do presente os desencantos,
É que me deixam cansado.

O canto da minha vida,
Nem sempre tão encantado,
No presente me convida,
A não viver do passado.


Já cantei os meus amores,
Nos cantos que sempre quis,
Hoje nem tudo são flores,
Mas confesso, sou feliz.

Para dizer a verdade,
Eu não vivo de lembranças.
Na minha realidade,
O meu canto é de esperança.

Aqui no meu canto espero,
Pois esperar não me cansa,
Tenho todos, que eu quero,
Quem espera sempre alcança.

Quando a adversidade,
Atinge-nos pra valer,
Lá no canto da amizade,
Que, apoio, nós vamos ter.


Hoje o meu canto é triste,
Pois que nele falta alguém,
Alguém que não mais existe,
Ah que saudade nos vem.

Uniram-nos nessa vida,
Amor, carinho, amizade,
Para Aracy querida,
Nosso canto de saudade.

Cantando nossa saudade,
Invade-nos a emoção,
Mas lembrar sua bondade,
Alegra-nos o coração.

Mesmo no desencanto,
Nas dores e nos meus ais,
Lembrança ruim eu espanto,
Tristezas não canto mais.

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

A grande teia


Parecendo uma teia de aranha,
Nosso mundo de hoje é complicado,
E para ser simplificado,
Precisa dessa rede estranha.
Tudo tem que ser ligado.
Liga o ferro de passar,
Liga o rádio, liga o refrigerador,
Liga a máquina de lavar,
Liga o vídeo, liga o televisor,
Que o mundo inteiro nos mostra.
As festas, as lutas, as guerras, as dores.
Que abre como uma grande porta,
Para que tudo seja visto ao vivo e a cores,
Nessa incrível Terra Nostra.
Liga tudo na tomada,
Liga o computador,
Que acessa a Internet,
Que ligada ao telefone,
Vai pela terra inteira
Não encontrando barreira.
Tudo vai pelo sinal.
O celular é analógico ou digital,
A mensagem no satélite reflete,
E vai para qualquer lugar.
No viver de hoje em dia,
É preciso estar ligado,
Ficar sempre de vigia,
Para não ser enganado,
E poder participar,
Dessa teia interessante,
De um modo apropriado,
Para a vida melhorar,
Pois que é muito estressante,
Nela se emaranhar.